Saída do teatro - Carlo Carrà
Coleção particular - (XX)
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domingo, 26 de junho de 2016
Giacomo Balla (Pintor) (1871 - 1958)
Balla foi um dos mais firmes representantes do movimento futurista iniciado pelo poeta Marinetti em 1909.Em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, embora sem chegar a uma total abstração.
Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático.
A formação acadêmica de Balla restringiu-se a um curso noturno de desenho, de dois meses de duração, na Academia Albertina de Turim, sua cidade natal.
Em 1895 o pintor mudou-se para Roma, onde apresentou regularmente suas primeiras obras em todas as exposições da Sociedade dos Amadores e Cultores das Belas-Artes.
Cinco anos mais tarde, fez uma viagem a Paris, onde entrou em contato com a obra dos impressionistas e neo-impressionistas e participou de várias exposições.
Na volta a Roma, conheceu Marinetti, Boccioni e Severini.
Um ano mais tarde, juntava-se a eles para assinar o Manifesto Técnico da Pintura Futurista.
Preocupado, como seus companheiros, em encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado.
Dissolvido o movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e se voltou para a escultura e a cenografia.
Embora em princípio Balla continuasse influenciado pelos divisionistas, não demorou a encontrar uma maneira de se ajustar à nova linguagem do movimento a que pertencia.
Um recurso dos mais originais que ele usou para representar o dinamismo foi a simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que permitia ao observador captar de uma só vez todas as sequências do movimento.
Gino Severini (Pintor) (1883 - 1966)
Severini pertenceu, juntamente com Boccioni, Balla e Carrà ao futurismo, embora durante um curto período de tempo.Apesar de manisfestar seu entusiasmo pelo movimento e de ter produzido obras que realmente estavam de acordo com suas bases teóricas, nos últimos quadros revelou uma aproximação muito grande dos mestres cubistas.
Em 1899 Severini deixou Cortona, sua cidade natal, e foi para Roma com o objetivo de estudar na Villa Medici.
Anos depois entrou em contato com os pintores Boccioni e Balla.
Na primeira temporada que passou em Paris, trabalhou durante algum tempo com Modigliani e conheceu Picasso e Branque.
Seus primeiros quadros tinham uma marcante tendência neo-impressionista, mas ao voltar a Roma juntou-se aos autores do manisfesto futurista.
Esteve presente com seus quadros nas exposições futuristas e também trabalhou como jornalista em várias publicações de arte.
Na década de 20, retomou seu estilo naturalista do início e na de 30 ensaiou um cubismo decorativo, participando do Salão dos Independentes.
Além disso, fez decorações de interiores com mosaicos e afrescos.
Publicou dois trabalhos que condensam seus conhecimentos e princípios artísticos: Du Cubisme au Classicisme (Do Cubismo ao Classicismo) e Tutta la Vita di un Pittore (Toda a Vida de um Pintor).
Severini lançou mão dos recursos que o cubismo lhe oferecia e das técnicas de Boccioni para dar forma aos seus quadros futuristas.
Ele expressa o conceito de movimento através da introdução da máquina em movimento como centro da obra.
Como os colegas, persegue a saturação dos planos em si mesmo e divide as cores com o objetivo de obter mais dinamismo.
Luigi Russolo (Pintor) (1885 - 1947)
Russolo juntou-se ao movimento futurista um pouco depois dos pintores Balla e Boccioni, mas suas obras dessa época, representadas por quadros de tamanho pequeno, introduzem os conceitos de simultaneidade e dinamismo com soluções quase idênticas às dos demais membros do grupo.Depois de terminar seus estudos de música em Milão, Russolo começou a se dedicar à Pintura.
Sua amizade com os pintores Boccione e Carrà foi reforçada quando assinou o Manifesto Técnico da Pintura futurista.
Entre os anos de 1910 e 1913 o pintor veneziano participou de todas as exposições do movimento, mas finalmente retornou à música.
Não voltou a pintar até o ano de 1930.
Uma das obras mais conhecidas de Russolo é o quadro Casas, Luzes e Céu, que historiadores dataram entre os anos de 1912 e 1913.
Antonio Sant'Elia (Arquiteto) (1888 - 1916)
Depois de terminar os estudos nas universidades de Milão e Bolonha, Sant'Elia trabalhou em diferentes escritórios de arquitetura na cidade de Milão.Seus primeiros projetos se mantiveram dentro da linha modernista Stile Floreale de Wagner e Olbrich.
Em 1914 tornou-se conhecido como membro participante do futurismo no manifesto de arquitetura desse movimento e a partir de então elaborou dois projetos que não chegou a por em prática devido a sua morte prematura.
Sant'Elia foi o único arquiteto pertencente ao movimento futurista.
Embora nunca tivesse chegado a executar seus projetos dentro desse movimento, sua proposta consistiu numa construção coerente com os novos tempos, não projetada para a eternidade, mas para a geração que a ocuparia.
Acreditava que a arquitetura não devia sobreviver ao homem, mas sim se extinguir com a época correspondente.
As poucas obras que realizou estão quase todas em Como, onde nasceu: a Vila Elisi e o edifício da Società Impiegati.
Ajudou na construção da estação ferroviária de Milão e ganhou o concurso para o projeto de cemitério de Monza.
Merecem menção especial seus vigorosas desenhos de pontes, edifícios e estações realizados para o projeto da Città Nuova.
Umberto Boccioni (Pintor, Escultor) (1882 - 1916)
Boccioni é considerado o verdadeiro autor teórico do Manifesto Técnico da Pintura Futurista.Sua obra se manteve sob a influência do cubismo, mas incorporando os conceitos de dinamismo e simultaneidade: formas e espaços que se movem ao mesmo tempo e em direções contrárias.
Nascido em Reggio di Calábria, Boccioni mudou-se ainda muito jovem para Roma, onde estudou em diferentes academias.
Logo fez amizade com os pintores Balla e Severini.
No início, mostrou-se interessado no pintura impressionista, principalmente na obra de Cézanne.
Fez então algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão.
Ao voltar, entrou em contato com Carrà e Marinetti e um ano depois se encontrava entre os autores do Manifesto Futurista de Pintura, do qual foi um dos principais teóricos.
Foi com a intenção de procurar as bases dessa nova estética que ele viajou a Paris, onde se encontrou com Picasso e Braque.
Ao retornar, publicou o Manifesto Técnico da Pintura Futurista, no qual foram registrados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dos conceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura.
Em 1912, participou da primeira exposição futurista.
Suas obras ainda deixaram transparecer a preocupação do artista com os conceitos propostos pelo cubismo.
Os retratos deformados pelas superposições de planos ainda não conseguiam expressar com clareza sua concepção teórica.
Um ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos desordenados, como num pseudofotograma.
Durante a primeira Guerra Mundial, o pintor se alistou como voluntário e ao voltar publicou o livro Pittura, Scultura Futurisa, Dinamico Plastico (Pintura, Escultura Futurista, Dinamismo Plástico).
Morreu dois anos depois, em 1916, na cidade de Verona.
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